segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Apresentação


Este blogue já teve em tempos algum conteúdo — não recordo bem qual — ou talvez não tenha passado da intenção disso mesmo. Pouco importa. O que importa agora é que ele vai passar a conter — em princípio — aquilo que, nas chamadas redes sociais, pode ser considerado como capaz de derrubar pontes. E não é para isso que servem as "redes sociais", em princípio.
Então, como é que um blogue designado precisamente como "não se derrubam pontes" tem como objectivo albergar conteúdos susceptíveis de provocar isso mesmo  — derrubar pontes?
Pois bem: para permitir que, antes que as pontes entrem prematuramente em colapso, se veja a razão pela qual é bom que elas não caiam. Paremos um bocado no tabuleiro da ponte, olhemos as águas que correm em baixo, aspiremos o ar fresco que percorre o vale, admiremos o voo daquela ave que passa... e deixemo-nos espantar pela magia daquele som que não se sabe de onde vem, se de uma ou da outra margem, mas tão nítido que o seu eco parece conter em si toda a paisagem...


Aquilo que se diz ou escreve tem sempre algum efeito — desde que seja ouvido ou lido, como é evidente. Mas às vezes — demasiadas vezes — esse efeito é exactamente o oposto do pretendido. O fenómeno nada tem de estranho, uma vez as causas descobertas. As palavras podem ser sempre as mesmas, mas elas soam de maneira diferente — às vezes muito diferente — consoante as "salas" em que são pronunciadas e escutadas, consoante quem está presente, consoante quem se julga destinatário delas. Como diria o outro, naquela expressão que, não o parecendo, é tão cheia de significado: "é complicado...".

Dito de forma um pouco retorcida, para aqui virá tudo aquilo que, parecendo capaz de derrubar a ponte, é antes mais uma pedra para a sua construção. A pedra é áspera e o seu peso capaz de nos partir a espinha. Por isso, não são de esperar aqui amenidades. Isso fica lá para a sala das visitas.


Podia-se deixar tudo no OneNote ou noutro arquivo qualquer que desapareceria juntamente com o computador. Mas então, a utilidade seria nula, ou quase (e, por utilidade, entenda-se tanto o benefício como o prejuízo, que por aqui tenta-se não ter presunção de bondade).

Nesta "sala" entrará apenas quem quiser, mesmo que lhe tenha aparecido algures uma sugestão. Não se serve café, mas por outro lado também não se fuma...